A procura pelo exame de câncer de mama teve redução de 10% em Campo Grande, se comparado com os oito primeiros meses do ano passado, segundo dados da gerência de Controle e Avaliação da Atenção à Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau). Os números chamam atenção e ao mesmo tempo preocupam as autoridades em saúde, haja vista que existe oferta suficiente de vagas na Rede Pública de Saúde, o que reforça a necessidade do estimulo e orientação sobre a necessidade da prevenção.
Conforme o levantamento da produção ambulatorial de procedimentos, de janeiro a agosto de 2016, foram realizadas 10.007 mamografias, sendo 8.906 bilateral para rastreamento (duas mamas).
Já no mesmo período deste ano, foram feitas ao todo 9.162 mamografias, sendo 8.080 bilateral para rastreamento, o que representa uma redução de cerca de 10%.
Esses dados chamam à atenção e preocupam as autoridades de saúde, pois o câncer que mata mais mulheres, no Brasil é o de mama e o exame está disponível gratuitamente na Rede Pública de Saúde. Em Campo Grande, a fila para realização do exame é pequena (em torno de 5 dias para realização) e o tempo de espera para obtenção do resultado é de no máximo 30 dias.
NÚMEROS
Dados da Coordenadoria de Estatísticas Vitais (Cevital), órgão ligado a Superintendência de Vigilância em Saúde da Sesau, apontam que cerca de 40% das mortes provocadas por câncer de mama registradas em 2016 em Campo Grande ocorreram em mulheres com mais de 65 anos, o que chama atenção das autoridades em saúde e reacende o alerta para a necessidade de prevenção, principalmente voltada a este público.
Somente no primeiro semestre deste ano (2017), foram registrados 37 óbitos por câncer de mama e 19 do colo do útero, totalizando 56 casos. Durante todo o ano anterior (2016), 111 mulheres faleceram, sendo 86 por câncer de mama e 25 por colo de útero.
A maior incidência de óbitos por câncer de mama está na faixa etária de mulheres com mais de 65 anos (31 casos), o que representa cerca de 40% do total de mortes, seguido de 45 a 55 anos (22 casos); 55 a 64 (19 casos); 25 a 44 (10 casos); 25 a 34 (4 casos), totalizando 86 mortes.
Já por câncer de colo de útero a incidência é entre as mulheres de 45 e 55 anos (8), acompanhada por 35 a 44 anos (7), considerando os dados de 2016.
IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO
O diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento, pois 95% dos casos têm cura, e é a principal medida para a redução da mortalidade. Ainda segundo o Inca, em Campo Grande, no ano passado, das mulheres que realizaram mamografia de rastreamento, 16% foram diagnosticadas com câncer de mama, com ocorrência de 53 óbitos pela doença.
SERVIÇO
As 67 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF) do Município oferecem serviços de prevenção e promoção à saúde integral da mulher, com agendamento de consultas médicas e de enfermagem, coleta de exame preventivo do câncer de colo de útero, exame clínico de mamas e solicitação de mamografia para mulheres acima de 40 anos, além de encaminhamentos aos serviços de referência para confirmação do diagnóstico e tratamento.
Durante todo o mês de outubro, as unidades de Saúde da Capital realizam diversas atividades, sensibilizando a comunidade em relação aos cuidados e a prevenção do câncer de mama. Estas atividades incluem, rodas de conversa, realização de exames em horários alternativos, atividade física direcionada e momentos de descontração com ênfase no cuidado e no autoexame.