Paulo Davim citou pesquisa divulgada esta semana pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) que mostra a situação dos médicos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece como ideal a média de um médico para cada grupo de mil habitantes. No Brasil, existem 400 mil médicos, em uma média de dois para cada mil habitantes – mais do que exige a OMS.
O problema, apontou o senador, está na distribuição geográfica desses profissionais. A maior parte deles se concentra no centro-sul do país. O Distrito Federal, por exemplo, tem quatro médicos por grupo de mil habitantes. O Rio de Janeiro tem 3,6. Em São Paulo, a média é de 2,6 profissionais por mil habitantes.
Já no Nordeste, essa média cai para 1,2 médicos para cada mil brasileiros e, no Norte, existe apenas um médico para cada grupo de mil.
Davim acrescentou ainda que, todos os anos, ingressam no mercado de trabalho entre seis mil a oito mil novos médicos. O Brasil possui 167 faculdades de Medicina, sendo o segundo país em número de escolas – na frente de países como China, Canadá, Estados Unidos e França e atrás apenas da Índia.
– A má distribuição traz problemas graves para a saúde publica do Brasil. Quando tivermos uma carreira de estado não vai faltar médico no interior deste país, como não falta juiz ou promotor de justiça – defendeu o senador, destacando que hoje o médico precisa confiar nas promessas da prefeitura sobre seu salário, que, às vezes, deixa de ser pago por falta de verba.
Ele argumentou que é preciso criar uma carreira de Estado para os médicos da rede pública, a exemplo do que é feito no Judiciário, como forma de assegurar aos médicos progressão profissional à medida que atuem no interior do país. Outra medida a ser tomada pelo governo, defendeu, é a oferta de vagas de residências médicas proporcional às necessidades de cada região. Se no Norte faltam pediatras, lá seriam ofertadas a maior parte das vagas de residência em pediatria. Se no Nordeste há poucos ginecologistas e obstetras, para lá seriam reservadas as residências nessas áreas.
– Eu defendo a carreira de Estado, é a única saída, não existe outra – resumiu.